PRESIDENTE REFORMADO QUER DAR ARES DE MUITO ATAREFADO...
A funesta reforma de Cavaco
O Presidente da República, que esta semana
falou aos jornalistas durante uma visita a uma fábrica e publicou um
prefácio aos seus Roteiros VII, coletânea de intervenções durante o ano
de 2012, deixou claro que não quer se incendiário, que trabalha 10
horas por dia e que a sua ação nos bastidores se pauta pela necessidade
de evitar uma crise política.
"Seria porventura tentador utilizar a chefia do Estado como palco de atuação de grande efeito", escreve Cavaco Silva.
Admitamos que tudo isto tem sido assim. Que a sua atuação é intensa e discreta, e que visa essencialmente evitar uma crise política e a radicalização do país.
São tarefas que efetivamente lhe cabem, pois é o único órgão político
unipessoal que representa a globalidade da nação. É, como se sabe,
hábito, os presidentes não se reconhecerem numa maioria, mas como
"Presidentes de todos os portugueses".
Pois bem, se é verdade o que Cavaco afirma, se ele, ao contrário do que diz hoje no 'Público' Vasco Pulido Valente não é só um reformado,
é caso para lhe dizer, muito serenamente, que é melhor alterar o modo
de atuação, porque este tem falhado redondamente. A intenção até pode
ser boa, mas os resultados aí estão e são um desastre: o país está
radicalizado como nunca; a crise política e - pior - a crise de
representação política é evidente.
E se ele falha, teremos de retirar uma de duas conclusões. Ou
é impossível fazer melhor do que Cavaco; ou Cavaco não tem o prestígio,
a força e a autoridade política suficientes para fazer melhor do que
está à vista.
Penso que todos sabem a resposta.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/a-funesta-reforma-de-cavaco=f792451#ixzz2N8wZjPDl
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