Espaço
Morreu Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a Lua
25.08.2012 - 20:13
Por PÚBLICO
Armstrong no interior do módulo lunar Eagle a 20 de Julho de 1969 (Reuters/NASA)
O astronauta Neil Armstrong morreu este
sábado aos 82 anos. Foi o primeiro homem a pisar a Lua, num momento
histórico visto por milhões de pessoas pela televisão, em 1969.
Armstrong tinha sido submetido a uma cirurgia ao coração no princípio de Agosto, com a realização de um
bypass
para resolver quatro bloqueios nas artérias coronárias. Segundo a
família, morreu devido a complicações resultantes desta intervenção.
Nascido
a 5 de Agosto de 1930 em Wapakoneta, Ohio, Neil Armstrong foi um dos
três astronautas da histórica missão Apollo 11, que pousou na Lua a 20
de Julho de 1969. Os outros eram Michael Collins e Edward "Buzz" Aldrin.
Collins permaneceu no módulo de comando em órbita, enquanto Armstrong e
Aldrin fizeram a alunagem a bordo do módulo Eagle, no chamado Mar da
Tranquilidade. “Houston, aqui base da Tranquilidade. A águia pousou”,
disse Armstrong.
Foi ele o primeiro a descer, pisando o solo da
Lua pela primeira vez na história e pronunciando uma frase que se
tornaria célebre: "Um pequeno passo para o homem, uma salto gigante para
a humanidade". Buzz Aldrin juntou-se a Armstrong e ambos passaram duas
horas a caminhar saltitantes sobre asuperfície lunar, recolhendo 21
quilos de rochas, tirando fotografias e plantando uma bandeira
norte-americana no solo, a 380 mil quilómetros da Terra.
Numa
entrevista à BBC, Aldrin disse que recordará Armstrong como "um
comandante muito competente e o líder de uma conquista que será
reconhecida até que o homem ponha os pés em Marte". "Ele era o melhor e
sentirei terrivelmente a sua falta", declarou por sua vez Michael
Collins.
"Ele foi escolhido para comandar o módulo lunar porque
tinha dado provas de ser a pessoa ideal. Era uma manobra dificílima, uma
alunagem à vista. Só ele tinha essas qualidades ", recorda Rui
Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa. “.Vai ficar
na história da humanidade por ter sido o primeiro ser humano que visitou
outro planeta”, completa.
“Ele era apenas um emissário de todos nós,
diz o físico Carlos Fiolhais, da Universidade de Coimbra. “Não foi só ele que foi à Lua, fomos todos nós”.
Apaixonado
pela aviação desde a infância, Armstrong obteve a sua licença de piloto
muito cedo, e serviu como piloto militar entre 1949 e 1952, tendo
estado envolvido em 78 missões de combate na Guerra da Coreia. Integrou
primeiro a NACA (National Advisory Comittee for Aeronautics), a entidade
que daria depois lugar à NASA, servindo como piloto de testes.
Em
1962, passou para o programa de astronautas da NASA. Comandou a missão
Gemini 8, em 1966, e três anos depois, foi destacado para liderar a
missão Apollo 11, em que uma nave pousaria pela primeira vez na Lua. “É
um lugar interessante. Recomendo”, disse depois de regressar. Enquanto
guiava o módulo lunar em direcção à superfície, os sensores no seu corpo
registavam uma pulsação de 150 batidas por minuto.
Armstrong
permaneceu na NASA por mais dois anos, coordenando trabalhos na área da
investigação e da tecnologia. Reformou-se em 1971 e até 1979 foi
professor na Universidade de Cincinnati.
Apesar de ter sido
protagonista do momento mais emblemático da história da aventura
espacial, Neil Armstrong manteve uma vida relativamente discreta. A sua
própria família, num comunicado difundido sábado, disse que "Neil
Armstrong era um herói americano relutante que sempre acreditou que
apenas estava a fazer o seu trabalho".
"Enquanto lamentamos a
perda de um homem bom, também celebramos uma vida notável e esperamos
que ela sirva como um exemplo para que jovens em todo o mundo lutem para
concretizar os seus sonhos, para explorar os seus limites e para servir
uma causa maior que si próprios", lê-se no comunicado da família.
"Além
de ser um dos maiores exploradores norte-americanos, Neil agia com uma
graça e humildade que foram um exemplo para todos nós", disse o
administrador da NASA, Charles Bolden.
Para o Presidente norte-americano, Barack Obama,
que num comunicado se mostrou “profundamente triste” com a morte de
Armstrong, o astronauta é “um dos grandes heróis norte-americanos”.O
candidato republicano à Casa Branca, Mitt Romney, que se diz inspirado
por Armstrong pela paixão do astronauta “ao espaço, ao universo e à sua
devoção à América”, também o considerou um homem de coragem, com um
lugar reservado no “panteão dos heróis”, cita a AFP.
Para a
família de Neil Armstrong, a melhor forma de o homenagear é seguir o seu
exemplo de "serviço, realização e modéstia". E mais: "Da próxima vez
que andar ao ar livre numa noite limpa e ver a Lua a sorrir cá para
baixo para si, pense em Neil Armstrong e pisque-lhe um olho".